terça-feira, 8 de novembro de 2011

DÍZIMO? NUNCA NINGUÉM ATÉ HOJE O PRATICOU!!!!! POR QUE? VEJA:



DÍZIMO



(Ma’aser): dízimo.



        A raiz hebraica (‘sr) tem relação com o verbo árabe ‘ashara, “formar uma comunidade”, “construir um grupo” e com os substantivos árabes ‘ashririrat(un) [este “un”, está na parte superior em minúsculo da própria palavra], “tribo”, e ma’shar(un), “assembléia”. Provavelmente em virtude dos dez dedos, o desenvolvimento semântico foi o de que ‘dez’ equivale a uma “coleção”, “união”. Por conseguinte, “dez” em árabe é  ‘ashr(un); em ugarítico, ‘sr I ; em acadiano, esru; em aramaico bíblico, ‘asar.

           No AT o conceito de dízimo e de considerável importância para a teologia do próprio AT. Como nos casos de circuncisão (embora a circuncisão de criancinhas não seja documentada fora de Yisrael), sacrifícios, restrições alimentares e coisas do gênero, dar o dízimo não era algo restrito a Yisrael no antigo Oriente Médio. Isso ocorria entre os egípcios e também entre os mesopotâmios (vejam-se, e.g., citações da literatura acadiana acerca de dízimos pagos a deuses ou a templos, em CAD, v. 4, p. 369). O dízimo também não foi introduzido em Yisrael pela lei mosaica. Abrão deu o dízimo de seus despojos de guerra a Melquisedeque após dele receber uma bênção sacerdotal (Gn 14,20; cf. Hb 7, especialmente o v. 4), e em Betel Ya’akov (Jacó) fez o voto de dar um dízimo ao ‘Ulhím (ao ETERNO), depois de ter o sonho de uma escada que levava até a presença de YHVH -Yahu (Gn 28,22).

           É no entanto, no código mosaico que conteúdo e forma são dados ao princípio do dízimo. Conforme observado por J.G.S.S. Thompson (NBD, p. 1 284), os três núcleos de instruções na Tanakh – Torá servem para responder a três perguntas básicas acerca do dízimo: 1) “DE QUÊ?”; 2) “A QUEM?”; e 3) “ONDE?”

           A primeira pergunta, “DE QUE SE DEVE DAR DÍZIMO”, é respondida no último parágrafo de Levítico 27 (vv. 30-34). Nessa passagem importante, num contexto aparentemente suplementar do livro, o alcance do dízimo é apresentado em termos mais amplos possíveis e de um modo perfeitamente apropriado a uma economia agrícola. Todo o dízimo da terra pertence a YHVH – Yahu. Isso, sem exceção, plantas e animais. Ademais, o dízimo não deve ser confundido com a oferta das primícias (Êx 22,29-30 [28-29]; veja-se EICHRODT, Theology of the Old Testament, v. 1, p. 153) nem deve ser dado parcialmente (guardando o melhor para si). Acerca de animais, por exemplo, à medida que iam deixando o aprisco, o criador, devia simplesmente ir contando até dez e considerar que o décimo animal pertencia a YHVH – Yahu. Um lavrador podia querer transformar seu dízimo agrícola em dinheiro (para facilitar o transporte do dízimo), mas devia acrescentar um quinto ao valor, para evitar ter vantagem financeira nessa troca por dinheiro. No entanto, o criador não podia fazer tal troca com seus animais. O dízimo resultante era “SANTO A YHVH – YAHU” (veja-se qodesh), separado para uso exclusivo pelo Senhor Yahu!

           Uma segunda pergunta a respeito dos dízimos, “A QUEM DEVEM SER ENTREGUES?”, é respondida em Números 18,21-32. Como os levitas não iriam receber uma herança territorial em Canaã, a recompensa que tinham por servir ao ‘Ulhím (ao ETERNO) era “todos os dízimos em Yisrael” (18,21). No que diz respeito a eles próprios, os levitas deviam dar o dízimo daquilo que recebessem (“os dízimos dos dízimos”, 18,26), que YHVH – Yahu considerava tão aceitável quanto os CEREAIS DADOS PELOS LAVRADORES. Esses dízimos dos levitas eram dados ao sacerdote.

           Uma terceira pergunta, “ONDE OS DÍZIMOS DEVEM SER ENTREGUES?”, é respondida em Deuteronômio 12,1-14 e 14,22-29. Dízimos e sacrifícios não deviam ser apresentados “em todo lugar que vires” (12,13), mas “no lugar que o YHVH – Yahu escolher numa das tuas tribos” (12,14). O local desse santuário central, que posteriormente seria Yarushalayim (Jerusalém), era o único lugar autorizado para a apresentação de dízimo e ofertas na nova terra (12,6). Na apresentação desses dízimos e ofertas devia ocorrer uma refeição sagrada, da qual os levitas deviam participar e que seria comida com alegria e louvor à esplêndida bênção concedida por YHVH – Yahu (12,7; cf. 14,23). Caso a distância se revelasse demasiadamente grande, a pessoa podia transformar o produto da terra em seu equivalente em dinheiro. Em Deuteronômio 14,28-29 encontram-se normas para a distribuição de dízimos na própria localidade da pessoa a cada três anos. Neste dízimo dava-se ênfase às necessidades dos pobres e dos indefesos (cf. 26,12-15).

           Tais eram “as leis relativamente simples do Pentateuco acerca do dízimo” (Thompson). Existem, entretanto, alguns aspectos complexos a respeito dessas leis simples.

           Um desses aspectos tem que ver com o número de dízimos que Yisrael devia dar. Alguns lêem a Legislação da Torá sem o questionamento de que possivelmente havia mais de um dízimo envolvido. H. Landsdell e outros, especialmente com base em Deuteronômio 14,22-29, comparado com Levítico e Números, defendem três dízimos: 1) o dízimo a ser dado aos levitas (14,27; Nm 18); 2) o dízimo para o banquete sagrado (14,22-26); e 3) o dízimo a cada três anos para os POBRES da própria região (14,28-29). Landsdell conclui: “Então, ao que parece, a lei mosaica determinava ao israelita que desse anualmente, ligado à sua prática religiosa, dois dízimos e que, ao fim de três anos, desse um terceiro dízimo da sua renda” (The tithe and the Scripture, p. 36; quanto a uma posição contrária, veja-se S. R. DRIVER, Deuteronomy, no ICC, p. 166-73; M.G. Kline, Treaty of the great king, Eerdmans, 1963, p. 87-8, sustenta que apenas porção do dízimo único ia para a refeição comunal e que o dízimo para os pobres era um outro emprego para o dízimo anual a cada terceiro e sexto ano). Dennis Wretlind sustenta que havia dois tipos de dízimo, um dízimo básico (Lv 27 e Nm 18) e dois dízimos secundários (Dt 12; 14; 26), cujas finalidades tinham que ver com “a justiça, a misericórdia e a fé (isto é, a fidelidade)”, citadas por nosso Senhor YahuShúa em Mattitiyahu (Mateus): 23,23, ou seja, a justiça aos levitas, a fidelidade ao ‘Ulhím e a misericórdia com os pobres (tese de mestrado inédita, Financial stewardship in the New Testament church, Western Baptist Seminary, 1975).

           Um segundo aspecto intricado diz respeito à perversão da legislação sobre o dízimo. Yisrael e o judaísmo posterior tendiam a, de duas maneiras, distorcer a questão: 1) os israelitas guardavam a lei com excessiva rigidez, perdendo de vista o propósito do dízimo, de modo que dar o dízimo passou a ser considerado, nos períodos intertestamentários e do Novo Testamento, um meio de alcançar misericórdia divina (cf. Lc 11,42); ou 2) Yisrael negligenciava o dízimo e tornava-se culpado de roubar ao ‘Ulhím (Ml 3,8-10).

           O dízimo no AT deve ser visto por dois prismas: divino e humano. Do ponto de vista divino, o dízimo jamais teve como objetivo ser um fardo pesado, ou seja, alguém tem de dar a décima parte daquilo que ganhar (e.g., Dt 12,12; cf. aquele que “dá com alegria”, 2 Co 9,7). Tudo aquilo que alguém possui pertence ao ‘Ulhím (acerca disso, veja-se J. B. PAYNE, the theology of the older Testament, p. 434). A entrega para o uso divino de uma pequena porção daquilo que alguém, pela graça divina, recebeu, é um gesto agradecido de submissão e dependência. Em segundo lugar, o dízimo tem uma dimensão humana ou comunitária. É um aspecto do inter-relacionamento do povo (‘am) do ‘Ulhím. Os levitas, que estavam a serviço do ‘Ulhím (do ETERNO) e não em atividades comerciais, eram os beneficiários diretos dos dízimos (Nm 18,21). Havia, portanto, uma inter-relação entre o ministério que estes realizavam e o trabalho diário dos não-levitas. Nesse vínculo sinergístico havia o lembrete constante de que precisavam uns do outros. Ademais, os pobres, as viúvas e os órfãos (temas proverbiais de abando) deviam ser sustentados por meio do dízimo do terceiro ano (Dt 14,29). Eles também, ainda que indefesos, faziam parte da comunidade (‘am). Os dízimos asseguravam o bem-estar (cf. o repetido teste da religião verdadeira, o cuidado para com as viúvas e os órfãos, e.g., Is 1,23; Tg 1,27), um passo importante na direção de uma sociedade saudável.



           ‘Eser, ‘asarâ. Dez: O numeral cardinal “dez” em suas formas masculina e feminina é encontrado com bastante frequência no texto hebraico do AT (176 vezes). Apenas ocasionalmente as duas formas do número “dez” são associadas a outros números (e.g., Gn 50,22, “Yosef (José)... viveu cento e dez anos”). Nem maior número de vezes essas formas da palavra são empregadas para designar um grupo que não ultrapassa dez itens, tais como “dez touros” (Gn 32,15 [16]). Nas porções aramaicas do AT, a palavra “dez” é encontrada cinco vezes (‘asar e ‘asrâ). Conquanto o numeral dez seja usado em diversas listas importantes, tais como os Dez Mandamentos (literalmente, “dez palavras”, Dt 4,13), não parece haver nenhum significado místico ou simbólico em torno do número “dez” no AT.



           ‘Asar, ‘esreh. Dez (só em combinação com outros números): Estas são as formas masculina e feminina de “dez” que, associadas aos números “um” e “nove”, formam os números “onze” a “dezenove”, tanto cardinais quanto ordinais. Em geral o item numerado, se costumeiramente usado junto com números, aparece no singular (e.g., “dia”, “mês”, “ano”, etc.); de outro modo, o item numerado estará no plural. Para formar os números “onze” e “dezenove”, ‘asar e ‘esreh podem vir antes ou depois do outro número. Essas também são formas bastante comuns no AT hebraico. A forma masculina é encontrada 203 vezes, e a feminina, 144, sendo que o gênero concorda com o item numerado.



           ‘Âsar. Dar o dízimo, dizimar, dar a décima parte de, tomar a décima parte de, tomar um décimo: Verbo denominativo de acordo com BDB, mas não segundo KB (que vê uma forma no qal em lSm 8,15.17; nos demais trechos bíblicos piel ou hifil). O verbo é empregado em apenas cinco trechos do AT (Gn 28,22, no voto que Ya’akov (Jacó) fez ao ‘Ulhím (ao ETERNO) em (Beit-El) Betel Dt 14,22, no mandamento divino de dar anualmente o dízimo da produção agrícola; Dt 26,12, no dízimo, de cada três anos, destinado ao levita e ao pobre; 1 Sm 8,15.17, na advertência de Samuel quanto à política de impostos que provavelmente seria instituída com a chegada da monarquia; Ne 10,37-38 [38-39], ao falar de levitas que deveriam coletar os dízimos das regiões rurais). Em quatro desses trechos, o dar o dízimo é descrito como um ato de adoração ao ‘Ulhím. No outro (1Sm 8,15; 17) emprega-se o verbo, talvez com alguma ironia, para designar a carga opressiva de impostos cobrados por um rei (uma prática comum no antigo Oriente Médio).



           ‘Asôr. Dez, décimo: Substantivo masculino que significa “uma dezena”. Em Gênesis 24,55 refere-se a um período de dez dias e em Salmos 33,2, a um instrumento com dez cordas (também Sl 92,3 [4]; 144,9). Nos demais trechos ‘asôr é usado em fórmulas de datas, “aos dez dias do mês” (Êx 12,3, e em dez outros trechos).



           ‘Esrîm. Vinte: No texto hebraico do AT, o plural de “dez” tem o sentido de “vinte”; é palavra muito comum, sendo encontrada 315 vezes.



           ‘Asîrî, ‘asîrîyâ, ‘asîrît. Décimo: A primeira forma é masculina e as outras duas são femininas do numeral ordinal “décimo”. Tais formas são empregadas em frases como “décimo dia” (Nm 7,66). As palavras também são usadas como substantivos (e.g., “um décimo”, i.e., um remanescente, Is 6,13 [ARA, “décima parte”]; ‘um dízimo’ dos rebanhos e do gado, Lv 27,32 [ARA, “dízimas”]).



           ‘Issarôn. Décima parte: Uma medida de quantidade usada em Êxodo, Levítico e Números em textos sacrificiais (33 vezes).



           Ma’aser. Dízimo, décima parte: Esse é o substantivo “dízimo”, que tem relação com o verbo ‘asar, “dizimar”. No AT a primeira menção do dízimo é a oferta de Abrão (Abraão – Avraham) a Malki-Tzedek (Melquisedeque) [Gn 14,20]. A legislação do dízimo aparece em Levítico 27; Números 18 e Deuteronômio 12; 14; 26. Depois dos textos legais a palavra “dízimo” aparece poucas vezes no AT. Em textos pré-exílicos posteriores à Torá a palavra ocorre apenas em Amós 4,4 (embora 2Cr 31,5 e ss. , registre a entrega de dízimos durante a reforma de Ezequias – {Hizkiyah (Hizkiyahu), Y’chizkiyah (Y’chizkiya-hu)}. Em textos pós-exílicos, ma’aser é encontrado seis vezes em Neemias e duas vezes em Malaquias 3 (vv. 8-10). Em Ezequiel esse substantivo é utilizado duas vezes para designar a décima parte de uma unidade de medida (45,11.14).



           Bibliografia: - CORLEY, Bruce, The intertestamental perspective of stewardship, Southwestern Journal of Theology 13,19-24. – DAVID, John J., Biblical numerology Baker, 1968. – LANDSDELL, Henry, The sacred tenth, Baker, 1955. The tighe in Scripture, Baker, 1963, - SEGAL, J.B ., Numerais in the Old Testamente, JSS 10:2-20. – VISCHER, Lukas, Tighing in the early church, Fortress, 1966.





           Agora, sim, eu posso dar a minha opinião pessoal quanto ao fator: dízimo! Pois, uma coisa é a INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS E TEXTOS BÍBLICOS!!! OUTRA COISA É INTERPRETAR ESSE TEXTO DEPOIS DE UM ESTUDO TÉCNICO DO ASSUNTO...!!!! ONDE POR DESCUIDO OU MESMO POR DESONESTIDADE MUITAS PESSOAS SE APROVEITAM DE TEXTOS..., SEM VER A ÉPOCA, PARA QUE ERA FEITO TAL ATO, “O POR QUE?” SIMPLESMENTE ACEITAM TUDO E TODOS E ASSIM FAZEM PRÁTICAS ERRÔNEAS E SÃO ENGANADOS....!!!! Pois o que diz a Palavra de Jo 8,32???? Agora, sim façam a interpretação do texto, depois de verem a forma técnica do termo dizimar....e aí, só aí, façam a interpretação do texto!!! Talvez isso não seria necessário mas como ainda há muitas confusões sobre esse termo e somos taxados como nós que procuramos a verdade é que estamos errados??? E os que pagam e dão o dízimo pois dizem que é bíblico! Que se não fazerem estão roubando à “Deus”! Que o Pastor ta certo.....e ficam fazendo carnezinhos; até aceitando cartões de crédito.....pra que??? Para construir mais igrejas de alvenaria...??? E, quando sobra o dinheiro!!!! O certo seria se dessem o dizimo, que todos os membros da Igreja fossem supridos por esse dinheiro.....ou necessitados como favelas que são destruídas, pessoas sem casas, gente que fica sem comida, com problemas nas pernas e ficam nas ruas.....as igrejas católicas e talvez as evangélicas ficam pedindo donativos.....!!! Para isso o “dizimo” deveria estar guardado e aí sim, não pedir nada!! Mas, sim, distribuir ou até quem estivesse mais necessitado, comprar terrenos em multirão e reconstruir as suas casas.....isso é só um exemplo do que serviria o “dizimo” que é arrecadado.....!!!! Ao invés fica só para o Pastor! Indo contra todo o estudo técnico que foi descrito acima.....!!! Cuidado! Pois esse é apenas um dos erros...!!! O outro foi à compilação das bíblias sem levar em conta os “NOMES” próprios da Sagrada Escritura! Pois a mesma não é um livro de ideias humanas! Mas a Revelação e Inspiração Divina....!!!



           Estudo feito por: Anselmo (com grifos meus). Com formação de: Bacharel em Teologia – pela Faculdade Ibetel de Suzano. São Paulo. S. P.

           Livro pesquisado: Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Autores: R. Laird Harris. Gleason L. Archer, Jr. Bruce K. Walteke.

           Editora: Vida Nova. (Págs. 1182, 1183, 1184, 1185). Estudo do hebraico nº 1711. [“Façam caminhos retos para seus pés, para que o manco não se desvie, antes seja curado!” Hb 12].

2 comentários:

  1. Vejo o que você fala como muito significativo, irmão. Entretanto, como você falou, se o dízimo for para os serviços que a igreja presta, seria altamente justificado por você mesmo. Percebi em muitas igrejas o enriquecimento, mas, na que eu estou atualmente, e cujos trabalhos são muito sérios, ainda faltam recursos para o tanto que se faz: missões, trabalhos em comunidades urbanas e rurais, manutenção de crianças que conhecem a fome, enfim, muita coisa. Eu mesma, dou mais que o dízimo, porque vejo Jesus Cristo agindo na igreja. Abençoado seja você pelos muitos estudos que nos passa.

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    1. Shalôm querida irmã. Quanto às suas palavras, nada contra. Pois está ajudando ao próximo! E, isto é louvável.....!!!! Agora, dar a uma única pessoa espécie isso pra mim é errado!

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